Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, continuamos com a série Mulheres da Terra contando a história das Irmãs Amazonas.

Na luta do dia a dia as mulheres vão abrindo caminhos e mostrando que podem ser o que elas quiserem ser. E as irmãs Amazonas sabem muito bem o que é isso quando escolheram trilhar pela lida no campo. Mostrando a força e a determinação feminina, as quatro mulheres da família Sperandio trabalham na roça que fica no Córrego Olho D’água, no distrito de Baunilha, em Colatina. A família atua na produção leiteira.

Valeska e Natieli até usam o sobrenome “Amazonas” e, em meio a botas, chapéus, bonés e montaria a cavalos, elas driblam o preconceito sem perder o bom humor. Junto com a mãe Élida Marina e a irmã Nelcieli, elas dão continuidade aos negócios do pai Nélcio, que faleceu há 18 anos. Para dar conta de tudo, as tarefas são divididas: duas lidam diretamente com os animais no curral e o processo de produção de leite,  enquanto a outra irmã cuida da administração e a mãe fica por conta dos serviços domésticos.

O começo

Elas começaram efetivamente em 2011, por meio de um programa para capacitar pecuaristas com cursos de vaqueiro, de manejo e inseminação artificial.  São elas mesmas que fazem a inseminação e atuam para garantir mais vacas de lactação.  Assim, desenharam o cenário animador dos negócios e mergulharam de cabeça mostrando para outras mulheres que é possível empreender no campo.

Em Colatina, já participaram e ganharam o Concurso Leiteiro promovido pela Prefeitura. Consideram que isso é um incentivo que resulta em parcerias que melhoram o setor, com premiações que ajudam financeiramente nos custos de produção.

As redes sociais

Se alguém pensa que as Irmãs Amazonas vivem isoladas, alheias ao que ocorre no mundo, não é bem assim. Elas são ativas nas redes sociais, postando vídeos da rotina da fazenda e recebendo muitos elogios. Segundo elas, a intenção é servirem de inspiração principalmente para as meninas adolescentes, que relatam que tinham vergonha de dizer que moram na roça. Alguns vídeos postados nas redes sociais já tiveram mais de 50 mil visualizações.

As irmãs Amazonas decidiram ficar no campo. Sofreram preconceito, foram chamadas de “meninas macho”, por causa das roupas que vestiam e faziam serviços considerados “só para homens”. Ninguém acreditava que dariam continuidade ao que o pai deixou. Não venderam a terra e, com garra e força de vontade, conquistaram o respeito de todos. Continuam acreditando na força, na capacidade das mulheres, nos seus sonhos, e inspirando as próximas gerações.

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Texto: Maria Tereza Paulino
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